Olha a mangueira cavalo! Ecoa lá no potreiro, Vem se trompando matreiros Sobre o charco do barral, Encostam encontros na forma Roncando venta e virilha Até que toda a tropilha Mete a cara no bucal
Graxa pingando na brasa, Ronco de mate e cambona E tilintar de choronas Lavrando o chão do galpão, O movimento da encilha Deixa a cuscada latindo E eu adelgaço meu pingo No abraço do cinchão
Quatro galhos bem atados Lá na “grimpa do sabugo” Que eu sou de “pecha” refugo Contra a estronca da porteira, Depois de bem estrivado Sobre os esteios dos loros Solto um “silbido” sonoro Pra minha escolta ovelheira
É em direção do rodeio Que se laça terneiro novo E eu não aprendi no povo Esta ciência campeira, Ando sovando cavalo Curtindo o couro do basto Bolqueando rastro de casco Benzendo peste e bicheira
Saio ao tranquito pro campo Assobiando uma toada Mirando a estampa encarnada Do horizonte fronteiro, A barbela com o coscorro Duetam com maestria Regendo uma sinfonia No aço branco do freio
Aparto a vaca com cria É um mandamento pampeiro Que a precisão do campeiro Tá no punho e na armada Num pealo de sobre-lombo Abro pra fora o picaço E o terneiro tá no laço E a vaca com a cachorrada
Compositores: Luis Andre da Silva Oliveira (Andre Oliveira), Marcelo Oliveira de Oliveira (Marcelo Oliveira) ECAD: Obra #1165110 Fonograma #895408