Voltei, costeando coxilhas Ao tronco do baio ruano Bolqueando o sonho aragano Sentindo o ringir dos bastos Repisando o mesmo pasto Que deixei na minha partida Quando dei rédeas pra vida Ao sentir meus sonhos gastos
E o meu sonho vinha adiante Sentindo o aroma da estância Se olvidando da distância Escarceando um oh de casa Que quando a alma extravasa O apego à querência O xucro sente a ausência E, num upa, bate asas
Entrei no galpão da estância Coberto de picumã Lembrei de tantas manhãs No mate, de mãe em mão Sofrenei meu coração Numa prece comovida Dei gracias por minha vida E o regresso pra o galpão
Trouxe lições dos caminhos No tordilho das melenas E nos cravos das chilenas Suor de tantos matreiros Tinha os olhos prisioneiros Na distância dos caminhos Pelos repontes, sozinhos O meu destino campeiro
Soltei a cincha do flete Me arrinconei num amargo Fui sorvendo trago a trago Sentindo o fogo de chão Desquinando a lição Que por mais voltas que faça A sina de um índio guasca É regressar pra o galpão
Entrei no galpão da estância Coberto de picumã Lembrei de tantas manhãs No mate, de mão em mão Sofrenei meu coração Numa prece comovida Dei gracias por minha vida E o regresso pra o galpão
Compositores: Marcelo Oliveira de Oliveira (Marcelo Oliveira), Sergio Sodre Pereira (Sergio Sodre) ECAD: Obra #2179556 Fonograma #1193627