Quando tapeio o meu sombreiro sobre a nuca O coração me cutuca, bate forte igual cincerro Sinto que o sangue pulsa mais forte nas veias Parece que me arrodeia o assombro de Martin Fierro
Me criei solto, correndo pelo banhado Gritando forte com o gado, nos dias de lida bruta No batoví, extraviei sonhos e mágoas Que se olvidaram com as águas, das cheias do reculuta
(Cortei caminhos em culatras e fiadores Erguendo penas e amores, num grito largo de venha Rondei recuerdos em noites de calmarias Aclimatando invernias na minha pampa surenha)
Trago nos tentos poncho emalado e saudade De um tempo que foi verdade e a cada aurora rebrota A vida passa e a mala suerte se adoça Depois que a espora faz mossa no contra forte da bota
Nasci num rancho, quinchado de Santa Fé Sou de junco e aguapé, caraguatá e japecanga Sou do Rio Grande, meu pago retrata a estampa De touro que afia a guampa nos cacurutos da sanga
Compositores: Edilberto Martins Bergamo (Edilberto Bergamo) (ABRAMUS), Rogerio Andrade Vijagran (Rogerio Villagran) (ABRAMUS)Publicado em 2011 (08/Dez) e lançado em 2011 (01/Nov)ECAD verificado obra #862887 e fonograma #2332863 em 28/Out/2024 com dados da UBEM