Tenho quatorze cavalos todos ganho de presente
Velhacos por natureza que já tem matado gente
Eu com essa cavalhada minhas trovas e campereada
Levo o Rio Grande por frente
(Tudo é bicho perigoso ainda são de minha estima
Eu na trova nunca achei quem me vencesse na rima
E os meus cavalos também tem várias notas de cem
quem parar um minuto em cima)
Tenho cavalo na tropa que pula de todo jeito
Cavalo de graxa firme e tem granito no peito
São velhaco de capricho vou dar o nome dos bichos
Para sinal de respeito
(Cavalo "Perigoso" é cria da minha fazenda
Não tem um que pare em cima nem há cerca que lhe prenda
É respeitado por brabo parece marca do diabo
não há cristão que lhe entenda)
Eu vivo dando rodeio em tudo quanto é Estado
Aqui vai mais quatro nome dos quatorze respeitado
Que pertence a mesma casa
"Corta-Vento" e "Espalha Brasa", "Rompe Ferro" e "Desastrado"
(E aqui vai mais outros nomes pra dar amostra do pano
"Casca Velha" e "Jararaca", "Matador" e "Desengano"
"desconfiado" e "caborteiro "e "Assassino" e "Batuqueiro", "Golpe Seco" eu "Aragano")
Vou encerrar esta letra escute o que eu digo agora
Meus rodeios tem cantiga, fandango, cavalo e espora
E a platéia toda aceita rodeio do Gildo de Freita
Percorre o Brasil afora
por nelson de campos