Sou gaúcho e me comparo com uma argola de laço
Saio da mão do patrão me esparramando no espaço
Voar na guampa do bicho sem receber um chifraço
Eu tenho outros valores sou o rei dos trovadores
não é só isso que eu faço
Eu também sou que nem faca na mão do homem valente
Que para certos contrários se torna meia imprudente
Se vai trocando de mão e avançando pra frente
É a chave de respeito e abre a porta
no peito do coração do vivente
Também sou que nem revolver marca do lado direito
Que anda sempre azeitado para sinal de respeito
Arma forte e perigosa no coração do sujeito
É marca grande sem medo
que só no puxar do dedo já deixa um defunto feito
Eu também sou que nem cachorro amigo de estimação
Que o dono dorme no leito e seu amigo no chão
E nas horas de perigo está sempre em prontidão
E pouco se considera que ele avance
numa fera pra defender seu patrão
Também sou que nem a cinta que foi feita pra servir
A companheira da calça que o homem tem que vestir
Para qualquer um lugar que o homem tiver que ir
Ela aperta na barriga em qualquer susto de briga
não deixa a calça cair
Mas também sou um poeta que trouxe um dom natural
Que faz da memória um canto e faz do verso bagual
Com debelaria de touro tratado na capital
Já vivem trocando orelha pra ver se fazem parelha,
mas porém não fazem igual
por nelson de campos