Um brazino meio sangue
"Apurado" pra poleango!
Refugador de porteira
Por excelência matreiro
De certo se "olvidava"
Que nunca andei em "sabugo"
E jamais deixei refugo
Quando vou parar rodeio
(Recitado)
Meu pingo já pressentia
Mascando o aço do freio
A cachorrada da estância
Carregou dentro do mato
Batendo atrás do aragano
Que saltou de cola erguida
Sem rumo, nem direção
Cortando o campo no meio
Até parar num costeio
Que ensina as voltas da lida
Atropelei meu tordilho
Encostando no "alçado"
D'outro lado, outro "centauro"
Escorava o atropelo
Eram três numa carreira
Formando uma só silhueta
Paleta contra paleta
Roçando pêlo com pêlo
(Recitado)
Só não sabia o brazino
Que o sangue dos "centauros"
Também fervia na artéria
Talvez o touro maleva
Se alçasse pelo instinto!
Taureando a força da vida
Que brota na primavera
Quando o setembro fervilha
Corcoveando pelas veias
E o rodeio matrereia
Berrando e cheirando a terra
(Recitado)
Trovejou o chão da estância
Num pataleio crioulo
Só não sabia o brazino
Que o sangue dos "centauros"
Também fervia na artéria
Saudando a pampa em floreio
Risquei-lhe o lombo com a espora
Para mostrar ao matreiro
Que a paleteada é o sinuelo
De quem refuga o rodeio