É o céu uma abóbada aureolada Rodeada de gases venenosos Radiantes planetas luminosos Gravidade na cósmica camada Galáxia também hidrogenada Como é lindo o espaço azul-turquesa E o sol fulgurante tocha acesa Flamejando sem pausa e sem escala Quem de nós pensaria apagá-la Só o santo doutor da natureza De tais obras, o homem e a mulher São antigos e ricos patrimônios Geram corpos em forma de hormônios Criam seres sem dúvida sequer O homem após esse mister Perpetua a espécie com certeza A mulher carinhosa e indefesa Dá à luz uma vida, novo brilho Nove meses no ventre aloja o filho Pelo santo poder sã natureza O peixe é bastante diferente Ninguém pode entender como é seu gênio Reservas porções de oxigênio Mutações para o meio ambiente Tem mais cartilagem resistente Habitando na orla ou profundeza Devora outros peixes pra despesa E tem época do acasalamento revestido de escamas esse elemento Com a força da santa natureza O poroquê ou peixe-elétrico é um tipo genuíno Habitante dos rios e águas pretas Com ele possui certas plaquetas Que o dotam de um mecanismo fino Com tal cartilagem esse ladino Faz contato com muita ligeireza Quem tocá-lo padece de surpresa Descarga mortífera absoluta Sua auto voltagem eletrocuta Com os fios da santa natureza Tartaruga gostosa, feia e mansa Habitante dos rios e oceanos Chegar aos quatrocentos anos Pra ela é rotina, é confiança Guarda ovos na areia e nen se cansa De por eles zelar como defesa Nascido os filhotes com presteza Nas águas revoltas já se jogam Por instinto da raça não se afogam E pelo santo poder da natureza O canário é pássaro cantor Diferente de garça e pelicano Papagaio, arara e tucano Todos eles com majestosa cor O gavião é um tipo caçador E columbiforme é a burguesa O aquático flamingo é da represa A águia rapace agigantada Eis o mundo das aves a passarada Quanto é grande, poderosa e bela a natureza A gazela, o antílope e o impala A zebra e o alce felizardo Não habitam em comum com o leopardo O leão e o tigre-de-bengala O macaco faz tudo mas não fala Por atraso da espécie, por franqueza Tem o búfalo aspecto de grandeza O boi manso e o puma tão valente Cada um de uma espécie diferente Tudo isso é obra da natureza Acho também interessante O réptil de aspecto esquisito O pequeno tamanho do mosquito A tromba prênsil do elefante A saliva incolor do ruminante A mosca nociva e indefesa A cobra que ataca de surpresa Aplicar o veneno é seu mister De uma vez mata trinta se puder Mas isso é coisa da natureza No nordeste há quem diga que o corão Possui certos poderes encantados Através de fenômenos variados Prevê a mudança de estação De fato no auge do verão Ele entoa seu cântico de tristeza De repente um milagre, uma surpresa Cai a chuva benéfica e divina Quem lhe diz, quem lhe mostra, quem lhe ensina? Só pode ser o autor da natureza Quem é que não sabe que o morcego Com o rato bastante se parece Nas cavernas escuras sobe e desce Sugar sangue dos outros é seu emprego Às noites escuras tem apego Asqueroso ele é tenho certeza Tem na vista sintoma de fraqueza Porém o seu ouvido é muito fino E um sonar aparelho pequenino Que lhe deu o autor da natureza Admiro a formiga pequenina Fidalga inimiga da lavoura No trabalho aplicado professora Um exemplo de pura disciplina Através das antenas se combina Nos celeiros alheios faz limpeza Formigueiro é a sua fortaleza Onde cada uma delas tem emprego Uma entra outra sai não tem sossego Isso é coisa da santa natureza A aranha pequena, tão arguta De finíssimos fios faz a teia Nesse mundo almoça, janta e ceia É ali que passeia, vive e luta Labirinto intrincado ela executa Seu trabalho é bordado em qualquer mesa Quem pensar destruir-lhe a fortaleza Perderá de uma vez toda a esperança Sua rede é autêntica segurança Operária das mãos da natureza A planta firmada no junquilho Begônia, tulipa, margarida As pedras riquíssimas da jazida Com a cor, o valor, a luz, o brilho A prata e o ouro cor de milho O brilhante, a opala e a turquesa A pérola das jóias da princesa É difícil, valiosíssima e até Alguém pensa ser vidro mas não é É um milagre da santa natureza O inseto do sono tsé-tsé As flores gentis com seus narcóticos As ervas que dão antibióticos A mudança constante da maré A feiúra real do caboré no pavão é enorme a boniteza Tem o lince visão e agudeza E o cachorro finíssima audição Vigilante mal pago do patrão Isso é coisa da santa natureza? A cigarra cantante dialoga Através do seu canto intermitente De inverno a verão canta contente E a sua canção não sai da voga Qualquer árvore é a sua sinagoga Não procura comida pra despesa Sua música sinônimo de tristeza Patativa da seca é o seu nome Se deixar de cantar morre de fome Mas isso a gente sabe que é da natureza
Compositores: Ivanildo Vila Nova, Eugenio Avelino Lopes Souza (Xangai) ECAD: Obra #2651897 Fonograma #1870174