Tião Carreiro e Pardinho

Meu Reino Encantado

Tião Carreiro e Pardinho


Eu nasci num recanto feliz
Bem distante da povoação
Foi ali que eu vivi muitos anos
Com papai mamãe e os irmãos

Nossa casa era uma casa grande
Na encosta de um espigão
Um cercado pra apartar bezerro
E ao lado um grande mangueirão

No quintal tinha um forno de lenha
E um pomar onde as aves cantava
Um coberto pra guardar o pilão
E as traias que papai usava

De manhã eu ia no paiol
Um espiga de milho eu pegava
Debulhava e jogava no chão
Num instante as galinhas juntava

Nosso carro de boi conservado
Quatro juntas de bois de primeira
Quatro cangas, dezesseis canseis
Encostados no pé da figueira

Todo sábado eu ia na vila
Fazer compras para semana inteira
O papai ia gritando com os bois
Eu na frente ia abrindo as porteiras.

Nosso sítio que era pequeno
Pelas grandes fazendas cercado
Precisamos vender a propriedade
Para um grande criador de gado

E partimos pra a cidade grande
A saudade partiu ao meu lado
A lavoura virou colonião
E acabou-se meu reino encantado

Hoje ali só existem três coisas
Que o tempo ainda não deu fim
A tapera velha desabada
E a figueira acenando pra mim

E por último marcou saudade
De um tempo bom que já se foi
Esquecido em baixo da figueira
Nosso velho carro de boi. .
Compositores: Valdemar Alves dos Reis (Valdemar) (ABRAMUS), Vicente Pereira Machado (Vicente P. Machado) (SICAM)Editores: Peermusic do Brasil (UBC), Warner (UBC)Publicado em 2011 (11/Fev)ECAD verificado obra #21491911 e fonograma #1863414 em 04/Abr/2024 com dados da UBEM

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