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Trabalho

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Nêgo Roque


Meu trabalho por si só não garante o bem gentil
dá direito à pátria irmão, não a pátria do fuzil

O alarme desperta todo dia às 6: 00 desde os 16
Pra pagar as contas e comprar ração no final do mês
O movimento é pendular
O mesmo filme repetido entre o trabalho e o lar
Vivendo a vida como um vinil de uma só track
Vida de gado, Zé Ramalho, num "back to back"
Não teve o tempo de Sêneca, cansaço na têmpora
Sangue suor e lágrima pra temperar
Mentes colonizadas trocam sua própria raiz
Por um mal que nem plantou
Corpos terceirizados tecem atados
Um futuro assaltado como o trem pagador
Onde serão triturados por decisão dos senhores
Que analisam o meu desempenho
E assim seguem os tempos modernos
Com vermes em ternos de 10 mil
E o retorno do povo pro engenho

Meu trabalho por si só não garante o bem gentil
Dá direito à pátria irmão, não a pátria do fuzil

Eu colhi cana pra por grana no teu bolso
Pra ver teus cana dando tiro no meu povo
Tua Tv que engana é só mentira no jogo
Sorriso cínico e racista na tela de novo
Em cada esquina uma sequela e a violência é o troco
No jogo de damas mais uma trama das 8
Acende a chama onde o ódio só inflama
Movido a cocaína pagode e Brahma

A culpa no trono e o crime vem
O medo te põe na mira ou no porta-malas de refém
Infância roubada, Brasil Babilônia
E nessa porra eu não sou ninguém


Meu trabalho por si só não garante o bem gentil
Dá direito à pátria irmão, não a pátria do fuzil

Composição: Jef Rodriguez, Nêgo Freeza

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