O especial com os discos que mudaram a cara do rock tem uma segunda parte recheada de clássicos. Aqui você poderá saber mais sobre álbuns importantes para apresentar novos estilos em suas épocas, como o punk e o grunge.
Além disso, bandas que serão eternamente clássicos do rock também aparecem em nosso especial.
Não é que o rock nunca tenha sido pesado antes - a lista de pioneiros desde os anos 50 é grande, mas o fato é que a partir do final dos anos 60 a coisa começou a engrossar.
Claro que em termos de heavy metal, a banda que realmente pode ser considerada a principal em seu desenvolvimento foi o Black Sabbath, mas não se pode tirar o mérito do Led Zeppelin, especialmente porque além de terem ajudado a moldar o rock pesado - ainda que a contragosto - o quarteto influenciou artistas dos mais diversos e foi fundamental na criação da indústria do rock como a conhecemos hoje.
Aqui também é difícil escolher o álbum deles de maior impacto. O primeiro os apresentou ao mundo, o quarto tem o maior número de clássicos e "Physical Graffitti" costuma ser o favorito dos críticos.
Mas é no segundo álbum que o som deles se cristaliza e mostra que o futuro tem tudo para ser deles. Além de "Whole Lotta Love", o trabalho aposta na diversidade - blues, folk, baladas, e claro, muito hard rock, fazem a receita desse disco perfeito e imortal.
O Zeppellin ainda fez mais. A banda ajudou a criar a ideia de mega-espetáculo, com seus shows em lugares gigantescos.
Eles também elevaram, e muito, o nível de hedonismo e decadência durante suas turnês, criando uma espécie de "manual do degenerado", que muita banda até hoje tenta seguir à risca - apesar dos perigos envolvidos em tais práticas. Ainda assim, o que fica mesmo deles são os discos, os maiores responsáveis por terem feito da banda uma lenda de grandes proporções.
Nos anos 60 os Stones lançaram vários álbuns dignos de nota, e uma série de singles que só é superada, quanto muito, pelos Beatles. Mas a primeira obra prima deles no formato LP só sairia no final da década. O fato é que não se pode dizer que se conhece a história do rock sem os quatro álbuns de estúdios que eles lançaram entre 1968 e 1972.
Escolhemos aqui "Sticky Fingers" (ao invés de "Exile on Main Street", "Beggars Banquet" ou "Let it Bleed") por ele ser enxuto, variado em seu espectro musical e por pegar a dupla Jagger/Richards em seu auge.
Rolling Stones Os Stones em 1971
Além disso, o álbum acabou de ser relançado em formato de luxo, inclusive no Brasil, o que também deve servir de estímulo para que vá atrás dele em formato físico.
"Sticky Fingers" tem um pouco de tudo que o então quinteto fez de melhor: temos rock, blues, soul, country e baladas, executados com paixão e conhecimento de causa. Tudo isso completado pelo clima de decadência e sujeira que rodeava a banda nesse período - as letras estão entre as mais pesadas feitas por eles.
David Bowie The Rise And Fall Of Ziggy Stardust And The Spiders From Mars
Ninguém nos anos 70 foi tão longe e inovou tanto quanto David Bowie. Sempre inquieto e uma verdadeira esponja na hora de absorver influências e movimentos de vanguarda ou que estavam ainda no underground, ele terminou por se tornar um verdadeiro farol da cultura pop de ontem e de hoje.
Sendo assim, é fundamental ouvir os discos gravados por ele na década de 70, para entender o seu alcance, e a razão do apelido "camaleão". Para quem quiser um atalho, o álbum "Ziggy Stardust" de 1972 é a melhor porta de entrada para quem ainda não conhece sua obra.
Foi essa espécie de trabalho conceitual que fez dele um superstar no Reino Unido - os EUA demorariam um pouco mais para se render - popularizando o glam rock, e junto com ele a androginia e toda uma nova estética musical e visual.
O disco conta a história de um extraterrestre que chega ao planeta cinco anos antes do fim do mundo e se torna uma estrela do rock.
O grande lance foi o cantor ter incorporado a personagem à sua persona, de forma que o público já não sabia mais quem era Ziggy e quem era Bowie. O experimento certamente causou alguns danos psicológicos ao artista, mas ele se recuperou e pôde dar sequência à sua carreira, uma das mais completas e invejáveis da história do pop.
O punk deu uma necessária mexida no cenário musical da metade dos anos 70 - ao trazer o rock de volta aos clubes, aos jovens e a seu estado mais simples e bruto. O estilo deu ao mundo inúmeros álbuns fundamentais - especialmente as estreias dos Ramones e dos Sex Pistols. Mas coube ao Clash a missão de expandir os limites do gênero.
"London Calling" chega a surpreender por sua riqueza musical e apuro técnico - lembrando que meros dois anos antes eles advogavam a favor dos três acordes e de que 1977 deveria ser tratado como "o ano zero" da música.
Um álbum duplo - outra surpresa vinda de uma banda punk - sem nenhuma faixa menor. o disco popularizou o quarteto britânico na América. O trabalho ainda fez deles os queridinhos da imprensa musical de lá - tanto que a Rolling Stone disse que esse foi o melhor álbum dos anos 80, apesar dele ter saído no final de 1979.
É por isso que em sua época o Clash era chamado de "a única banda que importa". Porque era essa mesmo a impressão que se sentia, a de que ninguém fazia uma música tão vital, rica e urgente como eles. Por isso é uma grande pena saber o grupo se esfacelou apenas três anos depois deste lançamento.
Como já dissemos, querer resumir a história do rock objetivamente em dez discos é simplesmente impossível, já que para cada disco desta lista, pelo menos outros dez poderiam facilmente ter entrado.
Dito isso, encerramos a relação com o segundo álbum do Nirvana por ele representar um dos últimos, senão o último, momento em que o rock realmente significou alguma coisa em um aspecto mais amplo. O trio não só influenciou a criação de novas bandas, como também fez muito artista estabelecido rever os seus conceitos.
Sim, podemos falar que musicalmente a banda de Kurt Cobain não trazia nada de novo, mas só o fato deles terem conseguido penetrar no mainstream com uma música que há tempos estava restrita ao underground já merece os nossos aplausos.
Acima de tudo, "Nevermind" é um belo disco que mistura barulho e apelo pop com rara maestria. Óbvio que o suicídio de Cobain em 1994 deixou um clima amargo nessa história, mas o disco ainda hoje se sustenta muito bem - um bom teste para ser feito por quem não o escuta faz tempo.
A mistura de sucesso e tragédia também elevou Kurt ao nível dos grandes mitos - vejam a quantidade de jovens que podem ser vistos pelas ruas com camisetas da banda - e sua influência continua a ser muito sentida no rock contemporâneo.
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