Comprei vinte e cinco alqueires Bem lá no meio do mato Fui coçar barba de onça Picadas de carrapato
O sertão era grilado Por valentões desiguais Enfrentei o sol e a chuva E bravios animais
Depois que eu plantei a roça E fiz a minha casinha Começou chegar jagunço Pra tomar tudo que eu tinha
Me queixei pro delegado Mas ele não atendeu Resolvi brigar com eles E ficar no que é meu, ai, ai
Eu fui muito ameaçado Pra deixar aquele chão Quiseram acabar comigo Na bala, foice e facão
Mas a minha carabina Era muito mais ligeira Fiz jagunço comer fogo Beber água na peneira
Enfumacei a baixada Com a minha papo amarelo Pra defender meu direito Enfrentei muito duelo
Quem pisar no que é meu Grande risco vai correr E se só tem uma saída Matar ou então morrer, ai, ai
Não sou nenhum desordeiro Pra sofrer tanta tortura E também não sou posseiro Tenho minha escritura
Derrubei muitos alqueires No baque do meu machado Fiz brotar tiguera verde No lugar do meu roçado
Pulo cedo no meu eito Tenho Deus e muita fé Quiseram acabar comigo Mas ainda estou de pé
Esses grileiros de terra Tiveram uma triste sina Mas eu defendi meu sítio No coice da carabina, ai, ai
Compositores: Atenevil Victor de Oliveira (Taviano) (SICAM), Geraldo Aparecido Borges (Geraldinho) (ABRAMUS)Editor: Peermusic do Brasil (UBC)Publicado em 2005 (18/Mai) e lançado em 2005 (01/Mai)ECAD verificado obra #38720 e fonograma #856464 em 28/Out/2024 com dados da UBEM