Zé Ramalho
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Beira-Mar, a Ressurreição

Zé Ramalho


Nessa hora sublime, as aves em festa
Osculam alegres os verdes arminhos
Cobrindo de plumas os vastos caminhos
Que vão para o cimo das grandes florestas
Selvagens trinados relembram serestas
Arpejos jogados a luz do luar
Visões que obrigam minha alma a sonhar
Como as ondas turvas dos mares revoltos
Onde os seres brincam alegres e soltos
Nas largas viagens na beira do mar

Vi blocos de gelo que imitam penedos
E altura imensas e feitios belos
Montanhas de areia, enormes castelos
Camadas de sais a formarem rocheiros
Retratos de vírus e grande segredos
Que sábio nenhum conseguiu revelar

Há ervas marinhas que formando o ar
Palmeiras esbeltas, antigos coqueiros
De leques abertos imitam guerreiros
Guardando a fortuna do fundo do mar

Furacões enormes, ondas revoltadas
Pedras gigantescas, areias em brumas
Tapetes em lodos, ousares e espumas
Tubarões famintos, baleias piradas
Canoas perdidas, barcaças quebradas
Velhos fragmentos portando o lugar
Há porcos marinhos voando no ar
Sentindo o mal cheiro de ossodas remotas
São restos mortais de alguns patriotas
Estão sepultados na beira do mar

Na beira do mar

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