Vi um homem morando na rua ser entrevistado De onde ele veio, o que ele foi, e o futuro esperado Sobre a sociedade, que passa e repassa, sem ao menos olhar Pra sua miséria, que coisa mais séria, sem se preocupar
Ele respondeu, que nunca saiu de sua cidade, Que foi importante, homem de negócios, e de prosperidade Esnobava o povo, enganava no jogo, e contava vantagens Era muito soberbo, agora eu vejo, fiz muitas bobagens
Ô vida, vida cruel Tô nesta seca, mas já saciei o manjar lá do céu CORO Ô vida soberba não, Quem planta colhe, o mal não escolhe onde põe a mão
Eu tinha família, uma gente bonita que me apoiava Eram carinhosos, filhos dedicados, e eu não importava
A minha patroa, mulher que tão boa, cuidava de mim Eu só maltratava, às vezes espancavam, como eu era ruim
Eu tinha uma amante, mulher carinhosa, pelo meu dinheiro Que coisa mais fina, saiu do cortiço, foi para o estrangeiro Então minha filha, que ficou sabendo, passou a me odiar Meu filho caçula, de tanto desgosto, parou de estudar.
Coro
Meu filho mais velho, meu braço direito, me deu o calote Que Deus lhe perdoe, e também lhe abençoe, esta é minha sorte E a sociedade, da minha cidade, que cuide dos seus Não fique com pena, eu sou um exemplo de uma vida sem Deus.