Eu não quero falar de amor Eu não quero falar de política Muito menos falar de mim Ou de outras coisas que lembrem outras coisas
Tem um quadro sendo leiloado Tem um time sendo derrotado Uma mina sendo tatuada E um moleque aprendendo a tabuada
Eu não quero citar os meus ídolos Eu não quero engolir as dez mais Muito menos citar Shakespeare Só pra dizer que eu tô lendo essa porra
Tem um carro sendo roubado E uma bela paisagem do outro lado Uma casa sendo vendida Pra uma velha no fim da vida
A vida é de graça Tem gente que paga pra viver Espero um carta Com dinheiro e saúde Vá se fuder!
Eu não quero sentir saudade Eu não quero ligar a TV pra me ver Se eu pudesse inventar um idioma Quem sabe eu engulo você
Tem um relógio parado na praça Chafariz quebrado há quinze anos Um teatro de rua E o palhaço é você
A vida é de graça Tem gente que paga pra viver Espero um carta com dinheiro e saúde Vá se fuder!
Tem um soldado jogando no bicho E um caminhão recolhendo o lixo E um trânsito caótico no fim da tarde Como o tocar de um pandeiro de um new-zelandês
Há crianças brincando no pátio da escola E a telefonista enchendo o saco Uma loja liquida tudo E um comunista em cima do muro
Aposentados na fila de um banco E eu de hora marcada no pai de santo Festa chique, roupa alugada É furão, é furão
A vida é de graça Tem gente que paga pra viver Espero um carta com dinheiro e saúde Vá se fuder!
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Compositor: Fabricio Krebs Beck (Fabricio Beck) (ABRAMUS)Autor: Luiz Felipe Bortholuzzi (Mumu) (ABRAMUS)Publicado em 2006 (02/Mai) e lançado em 2005 (01/Out)ECAD verificado obra #2489279 e fonograma #1295446 em 26/Abr/2024 com dados da UBEM