Toca o telefone, latem os cachorros, choram as crianças E eu não consigo dormir Será que não percebem, voltei da bebedeira, minha cabeça dói Acho que vai explodir Eu bebi tudo aquilo que encontrei Não bebi mais porque não achei Até a pouco tava tudo bem Agora me sinto debaixo de um trem Toca a campanhina, gritam os vizinhos, não sei o que faço Sei que de hoje não passo Não vou pro trabalho, não vou pra escola, dê-me uma esmola Me deixe dormir em paz Eu bebi tudo aquilo que encontrei Não bebi mais porque não achei Até a pouco 'tava tudo bem Agora me sinto debaixo de um trem Maldita ressaca Dedo na garganta Sou trapo humano Jogado no chão de um banheiro Passarinhos cantam Por quem os sinos dobram Garanto que não por mim Eu nunca mais vou levantar Eu nunca mais quero trabalhar Prometo até que não bebo nunca mais Mas nunca é sempre tempo demais Maldita ressaca Tambores da África Na minha cabeça Bateria da Mocidade Na minha cabeça Motores dos carros, bombeiros, cidade Morteiros, puteiros, boates... Maldita ressaca
Compositor: Paulo Afonso Macedo de Carvalho (Paulo de Carvalho) ECAD: Obra #1564646 Fonograma #2945957