Ave de hábito noturno
Espera a noite
Para voar

Esconde o véu
Do fio da pena
Solta sorrisos
A mãe da lua

Lembrando
A luz do sol
Quando dormia
Ao meio dia

De papo cheio de ventania
E de insetos
Na catingueira

Por dentro do aveloz
Debaixo da quixabeira
Cadê o tamanduá

Se ele não fosse ligeiro
Tinha morrido primeiro
Do que aquele guará

Cavalo que não emperra
Pelo sovaco da serra
Tange o gado a rebanhar

Fale daquele vaqueiro
Que caiu num formigueiro
E não pôde se levantar

Reconhecer o terreno
Muito antes de passar
Se o mundo não fosse pequeno
Era difícil te encontrar

Ouro Velho, Mundo novo
Nova iork, Nova olinda
É tudo o mesmo lugar

O dia-dia é completo
Muda só o dialeto
E a maneira de pensar

Não tem pra onde correr
O que você vai fazer
Antes de ir e voltar

A distância é brincadeira
Se eu fizer uma fogueira
Vai tudo quilariar