Eu fui ver a minha amada Lá p'rós lados dum jardim Eu fui ver a minha amada Lá p'rós lados dum jardim Dei-lhe uma rosa encarnada Para se lembrar de mim Dei-lhe uma rosa encarnada Para se lembrar de mim
Eu fui ver o meu benzinho Lá p'rós lados dum passal Eu fui ver o meu benzinho Lá p'rós lados dum passal Dei-lhe o meu lenço de linho Que é do mais fino bragal Dei-lhe o meu lenço de linho Que é do mais fino bragal
Minha mãe quando eu morrer Minha mãe quando eu morrer Ai chora por quem muito amargou Ai chora por quem muito amargou Para então dizer ao mundo Para então dizer ao mundo Ai Deus mo deu, Ai Deus mo levou Ai Deus mo deu, Ai Deus mo levou Ai Deus mo deu, Ai Deus mo levou
Canto Moço
Somos filhos da madrugada Pelas praias do mar nos vamos À procura de quem nos traga Verde oliva de flor no ramo Navegamos de vaga em vaga Não soubemos de dor nem mágoa Pelas praias do mar nos vamos À procura da manhã clara
Onde o vento cortou amarras Largaremos pela noite fora Onde há sempre uma boa estrela Noite e dia ao romper da aurora Vira a proa minha galera Que a vitória já não espera Fresca brisa, moira encantada Vira a proa da minha barca
Coro da Primavera
Cobre-te canalha Na mortalha Hoje o rei vai nu Os velhos tiranos De há mil anos Morrem como tu Abre uma trincheira Companheira Deita-te no chão Sempre à tua frente Viste gente Doutra condição Ergue-te ó Sol de Verão Somos nós os teus cantores Da matinal canção Ouvem-se já os rumores Ouvem-se já os clamores Ouvem-se já os tambores
Maio Maduro Maio
Maio maduro Maio, quem te pintou Quem te quebrou o encanto, nunca te amou Raiava o sol já no Sul E uma falua vinha lá de Istambul
Numa rua comprida El-rei pastor Vende o soro da vida que mata a dor Anda ver, Maio nasceu Que a voz não te esmoreça a turba rompeu Que a voz não te esmoreça a turba rompeu
A Formiga No Carreiro
A formiga no carreiro vinha em sentido contrário A formiga no carreiro vinha em sentido contrário Caiu ao Tejo, caiu ao Tejo ao pé de um septuagenário Caiu ao Tejo, caiu ao Tejo ao pé de um septuagenário
Lerpou trepou às tábuas Lerpou trepou às tábuas Que flutuavam nas águas Que flutuavam nas águas E do cimo de uma delas Virou-se para o formigueiro Ai mudem de rumo Ai mudem de rumo Já lá vem outro carreiro Ai mudem de rumo Ai mudem de rumo Já lá vem outro carreiro