Trompas Estelares
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Historia de Um Azarado

Trompas Estelares


Vou contar minha história, sou maior de idade, pobre, careca, nunca vi uma "perereca", moro longe e nunca fui vacinado. Também nunca tive uma namorada, até que um dia meu pai chegou e falou-me assim:

Vem aqui filho de um burro, presta muita atenção
De hoje a quinze dias é a sua união
Te arrumei um casamento que é um negócio muito bom
A moça é muito rica e tem dinheiro de montão
Você só vai conhecê-la depois da celebração
E obedeça filho meu senão tu entras num ferrão
Eu só vi a cara dela na igreja de São João
Quando o padre perguntou, eu quase falei que não
Porém eu só dei o sim, o seu pai é valentão
Tem um pé perto de mim que pisou no meu dedão
Picando fumo de corda com um baita de um facão
Tinha um "jagunço" do lado me apontando um garrunchão...

Eu só pensava na nossa lua-de-mel
sem saber que ela seria mais amarga que o fel
E ai dentro do quarto foi aquela confusão
Quando ela quis beijar sua dentadura foi ao chão
Sua peruca voou longe foi grande a decepção
Sua cabeça era lisa parecia um melão
Ela foi tirando a roupa eu fiquei na marcação
Uma teta era borracha e a outra era papelão
Tirou uma perna de pau, não tinha sangue nem veia
Arrancou um olho de vidro, colocou dentro da meia
Ela disse meu benzinho, por você meu peito anseia
Sacudiu sua cabeça, já caiu uma orelha
E eu fiquei paralisado como mosquito na teia
Sua bunda era de plástico, meu Deus que coisa feia

Senhor Juiz eu preciso lhe falar
tenha dó senhor Juiz eu quero me divorciar.

Composição: Pedro Canela

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