"Aquela pobre vaquinha indo para o matadouro, tão velha e magra que tem os ossos furando o couro. Parece que ela advinha que caminha para o fim. Se ela pudesse dizer, talvez nos diria... assim:". Meu boiadeiro me levando à morte, Dei minha vida para lhe ajudar... Meu leite puro é que matou a fome De seus filhinhos, que ajudei criar.
Os meus filhinhos você levou embora. Uns para o corte e outros no estradão... Puxando carro pelo chão do mundo, De dor, sangrado pelo seu ferrão...
Um obrigado eu esperava ouvir agora, Porém, só ouço a chicotada da partida. Meu coração, entristecido, está chorando A ingratidão de quem tanto ajudei na vida.
Hoje estou velha, pra mais nada presto... A minha morte só lhe satisfaz. Vivi a vida só lhe dando lucros, Sem o direito de morrer em paz...
Quando sua faca atravessar meu peito E o meu sangue lhe escorrer na mão, Por sua pobre ignorância humana, Meu boiadeiro, lhe darei perdão.
Um obrigado eu esperava ouvir agora, Porém, só ouço a chicotada da partida. Meu coração, entristecido, está chorando A ingratidão de quem tanto ajudei na vida.
Após a morte, eu serei seus passos, No seu calçado feito com meu couro... Serei o cinto pra enfeitar madames, Serei a bolsa pra guardar seu ouro...
Desde o início da humanidade, Quando, em Belém, viram a Divina Luz, O meu calor, na fria manjedoura, Fui eu que um dia aqueci Jesus...
Um obrigado eu esperava ouvir agora, Porém, só ouço a chicotada da partida. Meu coração, entristecido, está chorando A ingratidão de quem tanto ajudei na vida.
Compositores: Joao Doracio (Carlos Cesar) (SICAM), Jose Fortuna (Ze Fortuna) (UBC), Oswaldo Bettio (SBACEM)Editor: Peermusic do Brasil (UBC)Publicado em 1992 (21/Set) e lançado em 1992 (01/Out)ECAD verificado obra #2803 e fonograma #595066 em 04/Abr/2024 com dados da UBEM