Ei, olhe ao redor
Você não está só
O mundo é enorme
O mundo é diverso
Com bilhões de cabeças
Em todo universo

Vagando no espaço
Vagando no tempo
Todas orbitam
O mesmo epicentro
Têm um só principio
Todas descendem de um só espírito
Do qual deriva
Toda a árvore divida da vida

No fundo somos todos um só
Oriundos do mesmo pó
Somos tantos, somos muitos
Somos um e somos múltiplos

O importante é perceber
Que isso tudo é pra você
E que é preciso saber
Compartilhar e conviver com

Outras cabeças, outras cabeças

Cabeças são caixas
Com massas encefálicas
Cérebro e cerebelo
Os neurônios são os elos

Cabeças são rádios
Transmissores e receptores
Locais e interdimensionais
Emitem e captam contínuos sinais
Por ondas astrais
Em diversas frequências o diversos canais

Podem ser negativas ou positivas
Compulsivas e obsessivas
Cabeças pensantes, mutantes, maciças
Cabeças duras, cabeças moles

Cabeças avessas, divergentes, indiferentes
Herméticas, estéreis, reacionárias
Cabeças frenéticas ou visionárias

É preciso lembrar que só há uma verdade
Porém, muitos conceitos
Na realidade, nem tudo será do seu jeito
Porque existem muitas, tantas, quantas

Outras cabeças, outras cabeças

É difícil ver através da nuvem densa e espessa
Que nos faz nos batermos por não termos
A devida clareza
De enxergar o mundo, no fundo
É fruto de uma só consciência
E que a ciência da vida consiste
na arte da coexistência
E da convivência com outras cabeças

Outras cabeças, outras cabeças