No canto de um conto, na rua dos espelhos Flores reclamam de aranhas que tecem Pela mente uma estrada de fios Quando surgem do frio, na neblina do cais...
Três homenzinhos do espaço que sugam o sol Retalham a presa, jogam-lhe na mesa, Pondo num prato o coração solar Sozinho e cortado Amarelo a pulsar,ah,ah,ah...
No canto do oposto, na Rua dos Obscenos, Um mago acena um silêncio que arde... Corta a noite com um gesto de mão Quebra os espelhos, apaga a expressão... "Eu odeio esse bruxo intruso de corpo esguio... Eu odeio a sua mágica,o seu amor de nada... Eu odeio o seu jardineiro e a sua criada..." Gritavam as flores toda pisadas, ah, ah,ah...
No canto do encanto a juntarem-se por dois elos, Duas flores cresceram bem mais que o escuro. Eis que uma noite as duas irmãs lutaram com o mago, Tomaram o seu clã...
E cortaram suas asas, queimaram seus dons... Inventaram outra noite...deram-lhe um tom Aranhas belas teceram fios de neon, Os homens do espaço leram um novo conto e então mereceram outro sol Prá cortar seu coração,seu coração...
Muitos querem saber até que ponto um conto é somente um conto Como aranhas e flores pisadas Homens que ganham manhas terçadas
(Ando vendo bruxas obscenas num feixe real de repetidas cenas...)