("Lá no arto da montanha
Numa casa estranha
Toda feita de sapé
Parei uma noite a cavalo
Pra morde de dois estalo
Que ouvi lá dentro batê
Apeei com muito jeito
Ouvi um gemido perfeito
E uma voz cheia de dor
Vancê Tereza descansa
Jurei de fazê vingança
Pra morde do meu amor
Pela réstia da janela
Por uma luizinha amarela
De um lampião quase apagando
Vi uma cabocla no chão
E um cabra tinha na mão
Uma arma lumiando
Virei meu cavalo a galope
Risquei de espora e chicote
Sangrei a anca do tá
Desci a montanha abaixo
Galopeando o meu macho
O seu doutor fui chamá
Vortemo lá pra montanha
Naquela casinha estranha
Eu e mais seu doutor
Topemo um cabra assustado
Que chamando nós prum lado
A sua história contou")
Há tempo eu fiz um ranchinho
Pra minha cabocla morá
Pois era ali nosso ninho
Bem longe deste lugá
No arto lá da montanha
Perto da luz do luá
Vivi um ano feliz
Sem nunca isto esperá
E muito tempo passou
Pensando em ser tão feliz
Mas a Tereza, doutor
Felicidade não quis
O meu sonho nesse oiá
Paguei caro o meu amor
Pra morde outro caboclo
Meu rancho ela abandonou
Senti meu sangue fervê
Jurei a Tereza matá
O meu alazão arriei
E ela eu fui procurá
Agora já me vinguei
É esse o fim de um amor
Essa cabocla eu matei
É a minha história, doutor