Quem me vê assim Não diz que eu já fui bão boiadeiro O peão mais afamado De todo o sertão mineiro
Era sempre bem disposto Nunca recusei transporte Eu rasgava esse sertão Desde o sul inté ao norte
E então pra marcação Era sempre escoído Por ser boiadeiro bão E por ser arresorvido
Não havia uma novia E nem boi pra me aguentá Por mais ruim que fosse O bicho eu fazia ajueiá
Mas um dia não sei como Minha vida se arruinô Me aparece um certo boi Foi o diabo que mandô
Ele surgiu que nem raio Quando sai na trovoada Me embruiô numa poeira E despois não vi mais nada
Hoje eu vivo na cadeira Com as pernas entrevada A saudade faz chorá Quando eu vejo uma boiada
E assim quero esquecê Do bão tempo que se foi Quero ir pra argum lugá Onde eu não veja boi
Compositores: Arlindo Pinto, Geraldo CostaPublicado em 2015 (30/Dez) e lançado em 2013 (10/Jan)ECAD verificado fonograma #12019868 em 28/Out/2024 com dados da UBEM