Vou dizer cantando toda a minha história
Sofrimento e glória e alegria e dor
Sou que nem abelha que em constante lida
Pra ganhar a vida vai de flor em flor
Nasci na barraca e desde menino
Foi o meu destino sempre a viajá
O artista de circo é como neblina
Que estando no espaço ninguém lhe domina
E vai para onde o vento levá
Se estou no trapézio arriscando a sorte
Enfrentando a morte pra ganhar o pão
E lá das artura se aplauso eu mereço
Sorrindo agradeço acenando a mão
Quando estou no drama que a platéia chora
Eles ignora que tudo é ilusão
O meu próprio drama eu nunca revelo
Sinto a dor no peito bater em duelo
No cenário triste do meu coração
Para o bom artista o circo é seu mundo
De cada segundo tem nova emoção
Só aquele recanto coberto de pano
Sabe o desengano do meu coração
Todas às vez que eu entro para o picadeiro
Vejo o circo inteiro me admirá
Porém ao contrário a realidade
Muitas vez sorrindo quando na verdade
Sinto no meu peito o coração chorá
De aventureiro sei que arguém me chama
Porém essa fama não mereço não
Todos que assim dizem não sabe direito
Que dentro do peito tenho eu um coração
Porque é no circo que a vida eu ganho
E não me acanho de assim dizer
Tenho até orgulho de ser dessa vida
Eu nasci no circo e de cabeça erguida
Digo que no circo eu quero morrer
(Pedro Paulo Mariano - Santa Maria da Serra-SP)