Tijolo de Vera
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Poetas Malditos

Tijolo de Vera


Você posa de poeta maldito
Está mais pr'uma criança chorando no banheiro
Escondida para não ser ouvida

Você pensa que é Charles Bukowski
Mas está só se afogando no penúltimo copo
O plágio burguês do fundo do poço

O que procura e não parece achar
O luxo de quem não vai crescer
Nasce em desistir de andar para frente e só se debater

E você dança por espernear
Implorando por aplausos que são só espuma
Do lodo podre e rico em que você quis chafurdar

Todos porcos e poetas têm enredo de desgraça
Alguns por questão de tédio,outros por questão de raça
Quando no abatedouro são marcados os horários
Não se vê a diferença entre o servo e o voluntário (não vê?)

Há quem sinta o sue peso sobre a cadeira vaga
Não em forma de ausência, mas de nódoa fantasma
Como um estrago disperso, devorando cada tábua
Vem você, massa inerte, seus cupins e sua asma

De rasgar seda pra quem vê de cima
Encarou o sol nos olhos e acabou cego
O bajulador enfim parasita

Você rosna \"consciente\" e engajado
Só achou a sua forma de morrer pela boca
Panfletando para todos os lados

Não é difícil diagnosticar
Uma artéria entupida com entulho vivo
De pessoas, livros, ossos preguiçosos na digestão

Mas no fundo a saúde vai bem
Não há falência de órgãos se só tiraram férias
Ou se um tanto burocráticos insistem em se manter

E se não compreende o porquê de eu dizer assim
Qual é o motivo para eu estar aqui
Leia meus versos, tente reconhecer
Em qual dessas trincheiras tive o prazer de cair.

Composição: Rodrigo Fróes

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