Quando eu soube desse fato pelo radio anunciado Que um tal preto fugido morreu por haver roubado As façanhas que ele fez me deixou muito amolado Por alembrar que os pretos sempre são os mais visados Mas diante da verdade eu vi que estava enganado
Vou contar o causo direito do modo que se passou Porque o pai de Suzana num criminoso virou Na hora que deu o tiro foi que a Suzana gritou Oh papai porque fez isso o senhor nem me consultou Se eu ainda estou com vida é o preto que me salvou
No mato eu tava lenhando logo pegou escurecer O caminho que eu voltava eu não podia mais ver Naquilo avistei o preto de susto peguei tremer Mocinha não tenha medo escutei ele dizer Eu sou preto só na cor mal nenhum vou lhe fazer
Eu tava muito cansada o meu corpo não agüentou Fui sentar debaixo dum toco uma cobra me picou O preto rancou da faca o meu pé ele sangrou O veneno da serpente com a boca ele tirou Pra salvar a minha vida com a morte ele brincou
e aqui nessa cabana ele trouxe eu carregando E que nem um sentinela na porta ficou vigiando Lá fora na mata escura as feras tava uivando Abatido pelo sono coitado foi cochilando Veio o senhor de surpresa e a vida foi lhe tirando
Com as palavras de Suzana o seu pai pegou chorar Fosse coisa que eu pudesse de novo a vida eu lhe dar Com o sangue desse inocente minha honra eu fui manchar Este chão que ele pisava eu não mereço pisar Sei que vou ser condenado só Deus pode me livrar
Compositores: Bento Palmiro, Campao, Teddy Vieira Azevedo (Teddy Vieira) (UBC)Publicado em 1990 (12/Jan) e lançado em 1990 (01/Abr)ECAD verificado obra #575638 e fonograma #364444 em 10/Abr/2024 com dados da UBEM