Eu tenho um vizinho rico Fazendeiro endinheirado Não anda mais a cavalo Só compra carro importado Eu conservo a minha tropa E o meu cavalo ensinado O fazendeiro moderno Só me chama de quadrado Namoramo a mesma moça Vejam só o resultado.
Um dia a moça falou Pra não haver discussão Vamos fazer uma aposta A corrida da paixão Grã-fino corre no carro Você no seu alazão Eu vou pra minha fazenda Esperar lá no portão Quem dos dois chegar primeiro Vai ganhar meu coração.
Ele calibrou os pneus Apertou bem as ruelas Eu ferrei o meu cavalo Que tem asa nas canelas O grã-fino entrou no carro Pulei em cima da sela Ele funcionou o motor Fechou as quatro janelas Chamei o macho na espora Bem por baixo das costela.
Eu entrei pelo atalho Pulando cerca e pinguela Quando terminou o asfalto Ele entrou numa esparrela Numa estrada boiadeira Toda cheia de cancela Cheguei no portão primeiro Dei um beijo na donzela Quando o grã-fino chegou Eu já estava nos braços dela.
O progresso é coisa boa Reconheço e não discuto Mas aqui no meu sertão Meu cavalo é absoluto Foi Deus e a natureza Que criou este produto Esta vitória foi minha E do meu cavalo enxuto A menina hoje vive Nos braços deste matuto.
Compositores: Lourival dos Santos (SOCINPRO), Moacyr dos Santos (SICAM)Editor: Fermata (UBC)ECAD verificado obra #636345 e fonograma #255587 em 10/Abr/2024 com dados da UBEM