Thomaz Cauzante
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Te pergunto, até quando? (Sangrando)

Thomaz Cauzante


Vivendo assim la no fim
entre becos vielas
às margens dessa cidade
quebrada gueto favela

nascido e criado nela
nas ruas de terra na beira do mato
onde vale o respeito e mantem no peito
os batimentos que eu to ligado

vi aliado virar finado
tomando tiro sem ta errado
paz pro pombinho saudades sinto
depois Danilo futuro riscado

Eu to ligado
zé povinho tem de monte
atrasa lado aqui é mato
e atrás da mascara se esconde

infelizmente é assim
sem perspectiva cultura é droga
sem talento pra industria
no mundo do crime menino decola

empina um pipa joga uma bola
a rua de noite é uma escola
aprende a cheirar, roubar, matar
mina ta teno então chega de esmola

nessa história desigual
vários meninos bandidos viraram
e a cura é fatal
viaturas com cães a mando do estado

captura e arrasta
pra uma jaula, caxão lacrado
já não cabe em minhas mãos
irmãs e irmãos sentenciados

vejo e relato o
movimento da quebrada
que pra não ser só um zé
rouba trafica e mete bala

as ruas do teto dia após dia
tem sua face de sangue manchada
pois o dinheiro da educação
pra conta de um puto foi desviada


ahh eu te pergunto até quando
manos meus por migalhas prosseguirão se matando
quando que vamos parar pra reparar
que o inimigo é o estado tentando te saquear

ahh eu te pergunto até quando
as atitudes do governo manterá nosso povo sangrando
do nosso teto sinto o mundão rodar
com mais arma e menos livro sei que muito sangue vai jorrar

se pá
só pra sair da condição
de ser pisado o tempo inteiro
sendo honesto cidadão

minha quebrada sentenciada
cultivando ilusão
quer comprar o ostentar
incentivado na televisão

controle de população
o pó e o crack ronda a perifa
oitão na mão é sedução
quanto que vale o sopro da vida

vem em dinheiro vale status
moda respeito carro mulher
importante é o que parece
vale nada o que tu é

vários na fé sem fraqueja
esse é o talento dos irmão
que prematuro desdo berço
foi lapidado na função

aprendeu que a policia
é inimiga da população
tiazinha sempre trampo
ainda anda de busão

segue assim periferia
mas minha quebra tem solução
o governo escolhe policia
eu a cultura e educação

pro moleque da quebrada
ver seu verdadeiro dom
expressar sua revolta
com inteligencia evolução

revolução
através de suas palavras
levar na cyfer, nos riscos, nos traços
e no sobrenome sua quebrada

sem corpo na vala sem morte sem arma
sagacidade vira problema
pois é o sangue da quebra
que alimenta o sistema

ahh eu te pergunto até quando
manos meus por migalhas prosseguirão se matando
quando que vamos parar pra reparar
que o inimigo é o estado tentando te saquear
ahh eu te pergunto até quando
as atitudes do governo manterá nosso povo sangrando
do nosso teto sinto o mundão rodar
com mais arma e menos livro sei que muito sangue vai jorrar


Minha quebra se quebra
Fragilizada por mazelas
Implantadas por sequelas
Não tão nem aí pra ela

Sem ordem reina o caos
Semana após semana
Lugar de pobre
Governo esnobe, esmaga as esperanças

Mano, nossas crianças
Conhecem melhor o pó do que a paz
Sem visão de vida, ou perspectiva
A rua ensina, mas também forma suicidas

E eu me pergunto o porque de tanta exploração
Somos alvos da nova escravidão
Vivemos no mesmo mundo
Fazemos mesma oração
Parecem sentir prazer em nos ver no chão

Nos deram a lama
e um coração pulsante
Mas esqueceram que é da lama
Que surgem os diamantes

Tão vislumbrante o brilho a meus irmãos
Tão distante daqui informação e educação
Se eles compreendessem que essa tortura carnal
Acumula novos karmas, criando o inferno astral

Talvez pudêssemos chegar perto da igualdade
E entender melhor o sentido da liberdade
Perante a lei nós estamos a margem
Perante deus formamos a irmandade

Me diz quem é o justo?
E se julgar é necessário?
De baixo do nosso teto
São formados revolucionários


ahh eu te pergunto até quando
manos meus por migalhas prosseguirão se matando
quando que vamos parar pra reparar
que o inimigo é o estado tentando te saquear
ahh eu te pergunto até quando
as atitudes do governo manterá nosso povo sangrando
do nosso teto sinto o mundão rodar
com mais arma e menos livro sei que muito sangue vai jorrar

Aí irmão, se você pudesse enxergar
meu coração, qual seria sua reação?
A carcaça é necessária, mas seu preconceito não
Oprimidos e opressores, no mesmo mundo de valores
Me diz quais são os seus
Você preza mais a matéria ou se liga a deus?
Nesse jogo de ratos por favor não seja mais um
Precisamos nos ajudar e prezar pelo bem comum
Só o amor poderá nos salvar e essa verdade há muito já foi dita
Somos na Terra 7 bilhões pertencentes a mesma família
Talvez estejamos distantes e isso nos impessa de sentir
Mas só a comunhão social nos fará evoluir!
Seu status na Terra não lhe tornará rei
No mundo espiritual só ficará em paz quem plantou o bem
Em nosso plano provas e expiações são aplicadas
E nesses testes, muitas vidas são tiradas
O mal habita cada ser desse planeta
Mas como tudo tem dois lados
O bem é a outra faceta
Depende de você escolher a melhor semente
A semeadura é livre
Mas a colheita é feita obrigatoriamente!

Composição: Thomaz Cauzante e Gustavo Ribeiro Diretriz, Produção Dom

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