Terceiro Milênio Rap

País do Real

Terceiro Milênio Rap


[dz]
É o país do real, onde a realidade é triste
Todos passam mal, aqui nem sonho existe
Busco na revolta motivo de inspiração
Olho tudo o que há em volta de fora da multidão
Vejo caras pálidas e sorrisos forçados
A todo momento alarmes são acionados
Pensamentos bons já não me fazem companhia
Tento fazer da dor motivo das minhas rima
Me afoguei em lágrimas de sangue
Pensei e reparei nada é como antes
Tá tudo mudado, nem o céu é o mesmo
Mas o escravo remunerado continua sendo preto
Ideias na cabeça começam a surgir
Penso nas maneiras de poder retribuir
Todos os conselhos que me foram ditos
Aquilo que anseio não foi prometido
Por você, pelo estado e nem por ninguém
Não importa a idade, a cor e nem a ordem
Nesse mundo ordinario todos morrem sozinhos
Humanos cansados retrocedem ao ninho
Descarrego meu pente de ideais quentes
Recarrego a munição com versos conscientes
O mic é minha mira e sua cabeça é o alvo
A palavra é a bala e o ouvinte alvejado

A intenção não é matar, é abrir cabeças
Querem nos controlar, barrar nossas represas
Não adianta lamentar, os erros do passado
Não deram importância à relevância dos fatos
O tempo passa mas a gente fica
Pessoas desavisadas vão ficando sem saída
Esse só o começo do fim dos tempos
Nossa cota acabou agora são só lamentos
Fazem de tudo pra desviar da culpa
Racionam seu raciocínio com direito a multa
E pena de morte
O pobre acusado não conhece o que é sorte
Maioridade penal, quer prender a criança
Tarjado de marginal aos olhos do segurança
Do restaurante gourmet
Primeiro prendem os mais fracos
Pra depois prender você
Essa é a vida de quem busca a morte
Procurando uma saída pra que fique mais forte
Fazendo escolhas erradas achando que é o certo
Passando os outros pra trás, dando uma de esperto
Abra seu olho e escuta seu coração
Olhe para os dois lados, para achar a solução
Do problema que tanto te atormenta
E a má atuação do ator em câmera lenta
Droga mascarada é comprada com nota
Motorista embriagado, mais uma vitima morta
Acidente proposital causado pelo alcool
Tirando a vida de quem sonhava alto
O eterno paradoxo da vida
A corrida contra o relógio
Pra chegar vivo ao fim do dia
Sair do fundo do poço com uma mão amiga
Tirar a corda do pescoço que tanto me asfixia
A marca da besta do século 21
Sobreviver de segunda a sexta
Sendo apenas mais um
A vagar pela neblina de uma manhã fria
E matar a ansiedade com uma dose de morfina
Meritocracia imposta pelo imposto
Chegar a linha de chegada pelo lado oposto
A famosa corrida entre a tartaruga e a lebre
Quem dorme no ponto acorda tarde e perde

Composição: Dz

Letra enviada por Terceiro Milênio

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