Nosso mundo segue caótico Transmitido na tv Você muda de canal E finge que não vê Não vê, e não fala nada Sobre o que tá errado No sofá da sala Você é baleado E acertado Bem no meio do coração Internautas manipulados Não expressam reação
Os nervos a flor da pele Repelem as ameaças Nós pagamos a conta Eles roubam e acham graça O fim dos tempos Que já se iniciou O fim está próximo E o começo, nem começou Viver, tá complicado Em tempos de seca A vida foi vendida Pra dar lucro à empresas Monopolizaram O nosso livre arbítrio Não posso andar na rua Sem correr perigo
Em terra de ninguém Manda quem tem mais vintém Aquilo que me convém Não compra com nota de cem Calamidade total Em meio a cidade Crianças no sinal Imploram por piedade Uns de barrigas vazias Em meio a multidão Outros portando a cifra Sem compartilhar o pão O diabo esta no poder E os deuses estão desistindo Não tem pra onde correr E a morte está nos seguindo
[garra]
Eu pego meu copo Esqueço tudo o que há em volta Impossível pensar de mais E não pensar em revolta Como uma brisa do mar Me infiltro em lugares sujos Limpando almas pelo rap E esse é meu refúgio Mentiras disseminadas Lugares são ocupados Cabeças são acertadas E nós somos os culpados
Nossas qualidades caem Como ferro aquecido O que há de bom nunca é lembrado E o mal inaltecido Fazendo o meu melhor Com o conjunto enfurecido A vida segue mas pro karma Nada é esquecido Pontos brancos no céu Me guiam pra um lugar distante Onde não há nem um dono Ou sequer governante
Paraíso tropical Alcatraz de bandido Se dudivar, do mal Você é surpreendido Vou seguindo na ponta do pé Nesse campo minado Sempre focando a visão Mantendo o máximo cuidado Nossos passos são dados Cada vez mais curto Civis ameaçados Vão entrando em surto Vejo o fim parado Na próxima esquina Sem tempo pra mais nada Nem pra última rima