Eu fui o rei do baralho, homem de má intenção. Jogar carta e beber cana era minha inclinação. Quando eu sentava no jogo, sentava de prevenção. No sinto um "revolve smith", muita bala e um facão.
Já bebia uma cachaça misturada com limão Puxava o chapéu pros olhos e misturava o carvão. Roubava uma carta e duas, jogava outra no chão Botava outra no bolso, tava feita a "tapeação".
Um parceiro ou outro via, já me chamava atenção De bravo eu virava a mesa, me chamavam de ladrão. Outro mais gato gritava terminem com a discussão Seguia o jogo de novo,vergonha não tinha não.
Quando amanhecia o dia não me restava um tostão Chegava em casa com sono já dava outra explosão A mulher pedindo roupa, os filho pedido pão E eu não tinha pra dar, que maldita profissão.
Um dia minha filhinha, me agarrou pela mão Papai você me acompanha pra uma apresentação E me levou numa igreja onde reina a devoção Me apresentou para o padre que me fez a confissão
Depois de muitos conselhos eu chorava de emoção Tomei a hóstia sagrada, e a santa comunhão.
Daquele dia pra cá, tenho Deus no coração Nunca mais peguei baralho, me livrei da tentação.
Compositor: Vitor Mateus Teixeira (Teixeirinha) ECAD: Obra #6763 Fonograma #2499468