Tchê Barbaridade

Amanhecido

Tchê Barbaridade


A manhã pedindo cancha
Sobre a missa de um balcão
Onde o padre é o bolicheiro
E a canha é que dá a bênção

Vão doutrinando os paisanos
Num batismo de fronteira
Que vai fazendo esparramo
Na ideia de quem clareia

Quem rezou a noite inteira
No altar tradicional
Campeando o rumo das casas
É pecador no ritual
Ainda vai retumbando na cabeça um bordoneio
E o Sol cozinha sem pressa
Quem vai firmando os arreios

E o Sol cozinha sem pressa
Quem vai firmando os arreios

Mas é do santo rosário
Que vem do corpo benzendo
Pena que a borracheira
Traz as duas mãos tremendo

Mas é do santo rosário
Que vem do corpo benzendo
Pena que a borracheira
Traz as duas mãos tremendo

Sorte o pingo das confiança
Que ainda conhece o prumo
Noite segue pela estrada
Multiplica o próprio rumo
Mas de fato pouco importa
O que fiz de madrugada
Pois o fim foi na porteira
Bem na hora da pegada

Por cristão rougo assultuando
Uma vanera pro céu
Pois na encilha achei minha alma
Perdida nesse mundéu

Na farra golpeando trago
Quis vender mais um domingo
Por que galo da fronteira
Mete até quase dormindo

Por que galo da fronteira
Mete até quase dormindo

Eu sou crente desta igreja
Onde a canha é quem batiza
No culto manda quem pode
Obedece quem precisa

Eu sou crente desta igreja
Onde a canha é quem batiza
No culto manda quem pode
Obedece quem precisa

Compositores: Jose Renato Borges Daudt (Ze Renato Daudt), Fabio Scherer Maciel, Andre Giuliani Teixeira (Andre Teixeira)
ECAD: Obra #3270540 Fonograma #2183713

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