Eu continuo escravo nestas grandes ruas De vendedores de beleza Pois minha beleza ainda não agrada Ou ainda não foi percebida Eu continuo sendo negro, pobre sem história De história mal contada Um periférico que assusta as tuas casas Os teu castelos de mentiras Nossos corpos pintados de negros que parecem foragidos Essa cor preta que escurece tuas vistas impostoras Essas vielas estranhas, de protótipos de senzalas Estão guardados os atabaques, a cultura Essa cidade que abriga todas as raças, ainda é diferente Essas ruas são estranhas Nossos pobres são os mesmos negros de dias passados Os teus escravos os mesmo suburbanos perifericos Dos bairros pobres, pobres às vezes favelados E a rotina continua Trabalhar o dia-a-dia pros fidalgos Os mesmos homens de séculos passados Nos mantendo no mesmo patamar Da pobreza, nos descriminando Inventando sempre uma desculpa Pra nos escravizar Nossos corpos pintados de negros que parecem foragidos Essa cor preta que escurece tuas vistas impostoras Essas vielas estranhas, de protótipos de senzalas Estão guardados os atabaques, a cultura