Nas ruas de SP o que é bom já foi extinto
Compaixão ao próximo aqui já virou mito
Bondade entre humanos o calor que já não sinto
Tudo frio e congelando eu não, ainda resisto
Fala aí pra mim o que você esta buscando?
GPS, celular só isso está te guiando?
Tô buscando liberdade, navegando sem verdade
Tô buscando identidade com tanta desigualdade
Remédio pra correr, remédio pra viver
A terra está derretendo e ninguém para pra ver
Quer dinheiro, quer só euro, cash, money na minha mão
Muita droga e putaria, firmeza oh malandrão
Então chega aí e me explica a filosofia
De um pai que troca a família por dez noites na orgia
Da mãe que vende a filha por dez conto, mixaria
O verme que tira a infância da criança em alegria
Cocaína liberdade que veio te escravizar
Muita merda em excesso que só vai te isolar
Tô perdida, meia fudida do mundo vou me afastar
Hoje em dia está assim, não tem ninguém pra conversar
Depressão ficou comum cada humano tem dois tipos
A cada nova doença tem dez novos comprimidos
Amor que virou pó e em qualquer beco é vendido
Do meu gueto a sujeirite todo amor foi corrompido

Um dia andei na rua e vi que tudo era frio
Via gente cinza e de repente sumiu
Busquei uma resposta pra aquela sensação
Senti que Deus tocou bem dentro do coração
Foi quando eu percebi a vida que eu levava
Estava tão iludida que eu nem enxergava
O mundo era melhor do que eu podia esperar
Queria ver as flores, cores e respirar

Então Deus ficou pequeno perto dos seus micro chips
O corpo sucumbindo pra não ouvir que a alma grite
Se conectar o povo pra tudo fazer sentido
Se sentindo solitário bem-vindo cadê o sentido?
Clonam criaturas pro amor se manter vivo
Imundice em cada esquina tem até sexo ao vivo
Augusta que de dia ainda fede fornicação
Políticos e putos supliquem sem salvação
Aumentam suas frotas grandes caças militar
Amazônia está queimando com você vai respirar?
Usinas em ozônio aceleram nossas vidas
Máquinas controlam a liberdade já perdida
Edifícios que projetam o consumismo exaustante
Projetam aflição cadê a paz do seu semblante?
Indecência te conduz meu Deus manda uma luz
Estou cansada já exausta, não aguento essa cruz
A ciência vem dizer que sou um cisco no universo
Explica aí porque curo dor com os meus versos
Tanta merda, tanto lixo não me deixa submersa
Não sou santa nem sagrada também vivi o inverso
Cidade de neon a lua passa e ninguém nota
A paz no coração de alguns só Deus coloca
Então me liga aí, qual que é a fita agora
Seja o justo e não judas por que logo a terra estoura

Um dia andei na rua e vi que tudo era frio
Via gente cinza e de repente sumiu
Busquei uma resposta pra aquela sensação
Senti que Deus tocou bem dentro do coração
Foi quando eu percebi a vida que eu levava
Estava tão iludida que eu nem enxergava
O mundo era melhor do que eu podia esperar
Queria ver as flores, cores e respirar.