É difícil pensar no futuro Ainda mais com esse presente Mas procuro uma saída Mais perdida da minha mente
Em meio a tecnologia Não guardaram nem uma semente Bilhões de pessoas no mundo E sozinho você se sente vazio E não somente o céu escuro e o tempo quente A minha sorte foi ter guardado Garrafas de aguardente
Lentamente transformaram O tietê em mais um esgoto Pedem auxílio pro japão Deixar o mundo mais escroto Desgovernado, embriagado e sem piloto Crianças pelas ruas Como antes mas agora como aborto
De que vale um conforto? A transmissão dos hologramas Não substitui o horto Como o filho da clonagem Não substitui um morto Sem camada de ozônio O mundo parece mais torto
E é difícil manter a sobriedade Em meio ao vício Voltar no tempo não posso E o que resta é o precipício
Numa semana é verão, na outra é inverno Nas outras as estações variam Só não muda o inferno, mano
No cúmulo dos interesses mundanos Espiritualmente nos perdemos Materialmente afundamos No que é superficial nos aprofundamos
Malícia se tornou delícia Como no passado ladrões Infiltrados na polícia Cerco caro é ter pudor Todos frios com todo fervor A massa vive em meio a fumaça industrial A todo vapor
E resíduos, de toda espécie Falando nisso não sobrou nenhuma O sol aquece de forma descomunal Conselho ambiental já não tem destaque À cotação de narcóticos da nasdaq
Nesse tempo todo o que nos temos que aturar Era papo de futuro, até o futuro chegar Nesse tempo todo o que nos temos que aturar Era papo de futuro, até o futuro chegar
Nesse tempo todo o que nos temos que aturar Era papo de futuro, até o futuro chegar Nesse tempo todo o que nos temos que aturar Era papo de futuro, até o futuro chegar
[shawlin] Numa floresta, e isso é sério Montanhas viraram prédio Vizinhos pra matar o tédio Espiam através das frestas
Tão todos amontoados (sempre?) tumultuados Pisando num chão imundo Inalando carbono e chumbo
Num céu de um negro profundo Com vento e nuvens intactas Todos já se adaptaram Aos horários da chuva ácida Na prática de antes Pra cá foi igual truque de mágica Igual ao degelo Das calotas de gelo da antártica
Saques nos laboratórios Muitos pobres sem escolha Irmão se eu fosse esse (jicão?) (serpaea cearensis?) Também morava numa bolha
E isso encerra Os mais novos nem sabem mais o que é terra Mas sabem o que é um fuzil Quando existe mundo sem guerra
Câmbio, câmbio? Tá me escutando? O bicho tá pegando Vagabundo se matando Já nem sei o que humano
Vou te contar Tou acordado a uma semana E se eu acordo é pra num voltar Até a noite resolveu se revoltar Pra tu ver, as luas E as estrelas decidi abandonar
Esse fim de mundo não é lugar pra viver A contagem já começou Falta pouco pra acabar Querem toda água Mesmo que levem a mágoa Quem se importa? Tropa do poder, bate-pum! pé na porta
Reservas condenadas Fontes foram esgotadas Pessoas são dizimadas A vida é negociada
E sem contrato Esse é o trato novato O caos tá no cenário Que pra mim virou retrato
Política moderna? Tamo na merda Se tu ficou maluco tamo junto se interna
Nesse tempo todo o que nos temos que aturar Era papo de futuro, até o futuro chegar Nesse tempo todo o que nos temos que aturar Era papo de futuro, até o futuro chegar
Nesse tempo todo o que nos temos que aturar Era papo de futuro, até o futuro chegar Nesse tempo todo o que nos temos que aturar Era papo de futuro, até o futuro chegar