Aos nove anos seu pai saiu de casa Sua mãe lavava roupa mas não ganhava nada Aos onze teve que sair da escola Trabalhar de faxineira tinha quatro irmãos agora
Seu futuro nunca é garantido E só rezando o apelo não é concedido Sua vida se resume nessa história Parecida com muitas que conheço agora
De quem pertence a esse meio Pra perceber é só não ter preconceito Mas ninguém percebe até agora Quem ta no lugar de quem passa fome percebe na hora
Agora ela pensa que ser criança É pensar se existe esperança Seu primo é morto com um tiro Pensar em esperança agora é um desafio
Desafio todo dia Limpando banheiro e terreiro pra ajudar em casa
Sua infância se resume nisso Se você acha que não tem nada com isso Pense bem se jogue no lugar Que uma relação você vai encontrar
E agora aos vinte e quatro ela é gloriosa Tira o primeiro grau lutando a toda hora Aos vinte oito com seus cinco filhos Cinco filhos ainda sem juízo
Seu marido trabalha fora Bebe e chega em casa em altas horas Todo dia acorda de manhã Cuida da casa se faz de escrava
Com cinco filhos pra criar O salário da família ainda não dá Uma sintuação de um cotidiano Que não pensamos porque não esperamos
O final desta história agente não vai contar Pra fazer você pensar Mas aposentada a previdência e o Inss Ela ainda vai ter que enfrentar