Lembro do caminho, do riacho D'eu pssando por debaixo Da cerca da divisão Da água tão limpinha e lavadeira Da dor d'álma curandeira. Fervilhava o coração.
Lembro com profundo sentimento Da promessa, do ungüento Que sarava meu quebranto; Lembro de madrinha rezadeira, Saracura, macumbeira Escondida atrás do manto
Trago as lembranças da menina Que voava na campina Parecendo jaçanã Torno a percorrer cada vereda A soprar a labareda Que acendia a manhã
Sinto o sabor do leite quente no cural Bem cedinho, no quintal, Berduega florescia E se estendia no batente da janela Quinha jura era dela A mais bela que floria
As brincadeiras, araçá, banho de açude... Para o ano deus ajude Começo logo a rezar; E os olhos regam meu cantar e o capim Um roçado dentro, em mim, Só de saudade a safrejar
Solo que arde em febre, que flameja Desejoso da chuva que goteja A cntar na biqueira do oitão; A cantar uma cantiga plangente Parece que o chão sente Cada nota doída da canção.