Ele chegou na ribeira Chegou ligadão Ah, ele sorriu e beijou dez vezes o chão Ele chegou sexta-feira Guitarra e wah wah Ah, ele sorriu e rezou Só pra começar
Preto aprendeu na marra Nas farras de Santana Teve visão pra aprender De um jeito que eu não sei
Parecia um caso de ficção Jimmy Hendrix no morro era o Preto Damião Johnny be good com legenda, uma lenda, é Tudo que os meninos sonham mas não podem ser Fazendo som, fazendo o bem, fazendo mais, muito mais Do que eles, do que tu e do que eu Inda dançava como cão, dando pulo pelo chão Parecia um discípulo de Orfeu
Ele tocava din gui don e gui don mei baião Com macumba e piscava pra você Ganhava a vida em Corumbá, Morro do Pilão e Maranhão E Louisiana e Manhattan no verão Só pra poder, só pra poder forjar a lâmina do som Passear a alma no campo da solidão E ver o dedo finalmente aprender A melodia que ninguém sabe fazer
Ele chegou na ribeira Chegou ligadão Ah, ele sorriu e beijou dez vezes o chão Ele chegou sexta-feira Guitarra e wah wah Ah, ele sorriu e rezou Só pra começar
Tudo começa na barriga da miséria Escravo da Nigéria, trisavô de Damião Chegou no tráfico do inglês, ou, talvez, holandês Pra servir o senhorio português Só pra dizer, só pra dizer que Damião aprendeu Nesse Rio submerso da esperança Se entrega, negão, eu não me entrego, não Vou buscar no mundo o que é meu
Compositores: Francisco Eduardo Fagundes Amaral (Chico Amaral) (UBC), Samuel Rosa de Alvarenga (Skank) (UBC)Editores: Frege Edicoes Musicais Ltda (UBC), Sam Music Edicoes Musicais Ltda. (UBC), Sony Music (UBC)Publicado em 2000 (01/Abr)ECAD verificado obra #950152 e fonograma #49699 em 08/Abr/2024 com dados da UBEM