Na imensidão de cores, dialetos e etnias A segregação impera, o campo de combate é vasto É onde eu vejo os corações e carcaças vazias Onde o banal impera, a vitória não tem espaço
É a cidade, onde até o ar de envenena Onde toda solução sempre gera novos problemas Lágrimas regam o piche infértil que nos foi imposto E a gente assina o contrato pra morte que nos foi proposto
Pra mim, é um bailado de trapaças, esse jogo É assim, desde que o homem aprendeu a lidar com o fogo Fome e destruição, mas eu faço parte Por aqui, sua vida vale pouco como a arte
Nós trocamos as verdades por mais que sejam tristonhas Por mentiras maquiadas, ilusórias e risonhas A maldade páira sobre o céu durante o dia E se a noite cair providencie extrema unção à alegria
Um passo, em falso pro jogo virar Um passo, errado pra uma mãe chorar Na cidade, esse passo não terá perdão Um compasso, pra narrar um passo dado nesse chão
Em meio a isso, a vida custa cada vez mais caro A frustração e ganância habitam cada ser vivo Atos bondosos se tornam cada vez mais raros Entre carros e prédios, a frustração é o incentivo
Para o fracasso, que faz sua morada nos corações Enquanto as situações fabricam bandidos Parece que a maldade tá vencendo as orações E o Judas em meio a isso, passa despercebido
Já que, ninguém mais se preocupa com o futuro O presente já não existe assim como corações puros Moleque sem malícia, poço de honestidade Escuta falar das verdes, o olho exala maldade
A ganância contaminou, a cidade e seus arredores Esse vírus atingiu as entranhas dessa nação As esperanças por mudanças e por dias melhores Perderam lugar, pro asfalto e pra construção
Um passo, em falso pro jogo virar Um passo, errado pra uma mãe chorar Na cidade, esse passo não terá perdão Um compasso, pra narrar um passo dado nesse chão
Matrero Records, 2012
Compositor: Gesterio Dias Chaves Neto (Sintese) ECAD: Obra #31786773