Simão e Sabino
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Na Sombra do Ingazeiro (Part. Roney)

Simão e Sabino


Lá na casa dos meus pais
Tinha um velho ingazeiro
Que um dia foi derrubado
Pra divisão do terreiro

Minha mãe plantou uma muda
Num pedacinho de chão
E cuidava da plantinha
Com zelo e dedicação

Um dia fez um pedido
Que aquela muda me deu
Dizendo, filho adorado
Trate dela com cuidado
Pra lembrar dos dias meus

No quintal da minha casa
Numa manhã de janeiro
Com minha filha mais velha
Eu plantei o ingazeiro

Disse a ela, sua sombra
Vai nos servir de abrigo
Pra valsa dos quinze anos
Que eu quero dançar contigo

Todos os dias eu molhava
Aquele pequeno arbusto
Longos anos esperamos
Até que um dia dançamos
Na sombra do ingá robusto

O tempo passa depressa
E às vezes nos apavora
Fico refletindo quanto
O ingá representa agora

Rodeado de outras plantas
No quintal reina altaneiro
Dando abrigo aos poetas
E as rodas de violeiros

Lá do alto assiste as festas
E os nossos dias de glória
Quando o povo está presente
Até parece que sente
Que faz parte dessa história

Hoje eu fico recordando
O pequeno pé de ingá
Que ao crescer junto comigo
Viu minha vida passar

Os raios de sol se filtram
Pelos galhos encorpados
E vem secar os meus olhos
Tristonhos e marejados

São lágrimas de saudade
Que brotam do pensamento
Ao lado deste ingazeiro
Vi passar tantos janeiros
Levado nas mãos do vento

Na vida nada é eterno
Nem tudo é só alegria
Pra minha filha hoje eu peço
Igual mamãe fez um dia

Junto com meu pé de ingá
Eu desejo ser lembrado
Por favor, plante uma muda
Aonde eu for sepultado

Seus galhos vão me embalar
Durante o sono profundo
Quero a sombra e o abrigo
Do meu ingazeiro amigo
Quando eu partir deste mundo

Composição: Batista dos Santos, Sabino

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