Pra quem vai embora e não volta mais Pra quem chega em busca de apego e paz Pra quem deixa a vida assim no mais Pra quem planta e canta os arrozais
Pra quem é beato e ama o pecado (Quem ergue a bandeira – quem não tem lado) Pra quem é urbano e conduz o gado Pra quem é inocente e foi condenado
Por favor, me diz que lugar é esse Que me faz feliz e me empobrece Ti ti ti – blá blá blá – conversa fiada Toma lá da cá... Milonga Mauá
Pra quem se cala e sossega o facho Pra quem tá só na rapa do tacho Pra quem veste a moda e o esculacho Pra os que vêm de fora e os que vêm de baixo
Pra quem não se abala e entra na dança Pra quem vive a vida da vizinhança Pra quem sempre espera e nunca se cansa Pra quem quer heranças e não confiança
Então vem me dizer que lugar é esse Que me dá prazer e me adormece Por Aqui... Doce Lar – balcão, madrugada, Corpos no sofá... Milonga Mauá
Pra quem vende a vida por um vintém Pela mesma rua num vai-e-vem Pra quem ficou preso ao que mais convém E amarrou seu tempo co’a linha do trem
Pra quem tem amor à monotonia Pra quem quer saúde, paz, moradia Pra quem puxa o saco e não lambe a cria Pra os que vão no vácuo da utopia
Já não sei dizer que lugar é esse Que me faz não ser, que nunca acontece Correnteza no olhar – Canções para o nada Lá lá iá lá ia... Milonga Mauá