No fim da cachaça vem a gandaia No fim do mar, começo da praia É no fim do joelho o começo da saia O fim de um artista é o começo da vaia
Gavião da minha foice não pega pinto Também a mão de pilão não joga peteca O cabo da minha enxada não tem divisa As meninas dos meus olhos não tem boneca
A bala do meu revólver não tem açucar No cano da carabina não vai torneira A porca do parafuso nunca deu cria Na casa do joão-de-barro não tem goteira
Jacaré carrega serra mas nunca foi carpinteiro O bode também tem barba e não precisa ir ao barbeiro Galo também tem espora mas nunca foi cavaleiro Sabiá canta bonito mas não pode ser violeiro Vigário faz casamento mas vive todo solteiro
O cravo da ferradura não vai no doce A serra da mantiqueira nunca serrou A pata do meu cavalo não bota ovo Eu não vou comer o pão que o diabo amassou
Os quatro reis do baralho não tem castelo Também o quatro de paus não é de madeira Por onde o navio passa não tem asfalto Caminho que vai pra lua não tem poeira
Cachaça não da rasteira e derruba a gente A lingua da fechadura não faz fofoca Pra fazer esse pagode não foi brinquedo Eu me virei do avesso e não sou pipoca
Compositores: Jose Dias Nunes (Tiao Carreiro), Lourival dos Santos, Natalina Rodrigues ECAD: Obra #6635298 Fonograma #29899