Robson Moreira Drr Posse

Quem Sabe Um Dia

Robson Moreira Drr Posse


As flores não são um presente
As velas não são um jantar lamento
São partes de mais um final de semana sangrento
Do homem violento que um dia fez juras de amor
E vai saber se algum dia deu um buquê de flor
Todos os dias mulheres mortas em vão
Assassinadas pelo lixo que não aceita um não
É triste ver que a medida protetiva errou
E os métodos jurídicos oferecido aqui falhou

E o sentimento de impunidade deixa claro
Um feminicídio a cada 9 horas que que eu falo
Segue os dados da ignorância no país
Retrato do descaso longe de um final feliz

Lamento dizer pra você mano mais vou falar
Quem não respeita uma mulher
O que vai respeitar
Quem deveria proteger amar
Tá fazendo ao contrário
Agride, maltrata, estupra, mata sai ileso
Isso é um fato

Neste momento alguém tá discando 180
É um pedido de socorro
de quem não mais aguenta
As pinga devolvida em chutes ponta pés e soco
Os hematomas pelas pernas corpo e rosto
Das cicatrizes que não marcam só a pele
Fere a alma de quem ainda
aguarda a mudança de um verme
Quem sabe um dia ela se cansa das pancadas
Talvez medida protetiva
seja crânio aberto na calçada

Não basta apenas uma medida cautelar
São várias as brechas
que o agressor vai encontrar
Amparado por uma lei que não segura
Em menos de 48 horas
o monstro volta com a tortura
Sem vida social aprisionada em um calabouço
Perseguida 24 horas por dia a tristeza no rosto
Quantas maria da penha precisa pra provar
Quantos assassinatos ainda pra justificar

A violência física e sexual
O que foi amor um dia hoje é medo incondicional
Socos e mais socos chutes quase perdeu a visão
Outro que invade o trabalho
com chave de fenda em mãos

O que atirou na barriga matou o próprio filho
Os que não aceitaram o término
do relacionamento abusivo
Depois do primeiro tapa
é fato o cara não para
Desmorona o castelo acaba o conto de fadas
Que o agosto lilás sirva de inspiração
Não só em foto de perfil
além do feed de publicação
Conscientização por parte de ambas as partes
Seja filho marido irmão pai
mas não seja covarde

Eu defendo a luta feminista social
Como defendo a luta pela igualdade racial
Não preciso estar no lugar de ninguém
Pra distinguir o certo eo errado também

Enquanto escrevo esta letra uma mulher morre
Assassina na facada ou na mira de um revolver
Quem sabe um dia estes fatos sejam do passado
Quem sabe a vitima agredida receba amparo
Quem sabe... quem sabe... ou então ela reage
E põe um fim em tudo isto num final de tarde

Composição: Robson Moreira

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