Bodega gaúcha da minha querência Sem ter concorrência a todos atrai De portas abertas ranchito faceiro Onde o dia inteiro é um entra e sai Prateleiras grandes balcões de madeira E uma paineira sombreando o terreiro Com cancha de bocha para o chamarisco Onde o mais arrisco arrisca um cruzeiro
Bodega gaúcha do trago e do fumo Aonde em resumo de tudo se encontra Bombacha, chapéu, sabonete e fitas Guaiacas bonitas de couro de lontra É lá que o gaúcho compra o alimento Para o sustento do seu dia a dia Onde a peonada montada nos pingos Chega aos domingos com muita alegria
Bodega gaúcha sortida de fato Camisa, extrato, melado e vinho Escova, espelho, pente e brilhantina É lá que se empina um gostoso traguinho Não há neste pago nem um ser vivente Que ao passar em frente não chegue ligeiro Pelo simples gosto, prazer de chegar Disfarça comprar uma pedra pro isqueiro
Tem jogo de truco tem roda de pinho Onde os vizinhos se acampa contar Em dia de chuva algum causo longo Enquanto o porongo corre sem parar Em nome do povo a Deus poderoso Num gesto bondoso eu venho pedir Que faça no céu onde a gente sossega Uma baita bodega pra nós se reunir
Compositores: Bruno Roberto Neher (Bruno Neher), Vilson Roberto Guimaraes (Roberto Mendes) ECAD: Obra #11040021 Fonograma #9965527