Quase três horas da tarde Dia claro, o olho arde Calor e dor de cabeça Mas eu sei que isso faz parte da realidade De uma rotina da vida De quem ainda tem dezenove de idade
A gente vai vivendo e rápido o tempo passa Tô sem inspiração, vim buscar em uma praça Poderia tá trampando no meu primeiro emprego Mas o que fazer, se no brasil o nego acorda cedo E da de cara com o desemprego? Fica no mesmo grupo de jovens Que tentam, tentam e estão desempregados aos dezenove
Uma pá de responsabilidades que te pesam Um monte de atividades que aglomeram E os caras não se espertam e por isso erram E negam, por achar que não tem o direito de errar E eram muitos que eu via, assim como eu Que não sabem como sair desse dilema "Deus ajuda quem cedo madruga" Mas o governo te afunda, criando mais um seu madruga E tu tenta meter fuga pra esquecer Mas precisa, na verdade, é de ajuda
E todos tentam aliviar em algo, seja festa Praça, igreja ou piquenique Desta forma, uns comem, leem, correm, batem, respondem Se envaidecem, bebem, outros escrevem e eles esquecem Que envelhecem e todos se entristecem Porque não colhem o que querem Sabem, no fundo, que só colhem o que merecem
Mas enfim, aos dezenove, tudo pode, nada pode O sistema te engole, e tu fica indefeso E o conselho que geral te dá? Que "a partir dos dezoito tu já pode ser preso! " Mas assim o peso aumenta e a gente sente e não se atenta Que o melhor da vida da passa enquanto a gente só lamenta