AS DORES DA MÃE DE UM AMALDIÇOADO ou QUANDO O LOBISOMEM VOLTOU A ATACAR A VILA
(bruna buschle + risoflora)
Sempre de dia a alma da vila Ficava a espera da lua maldita E quando era ela, apesar de ser bela Trazia era um medo, até os homi corria Como bicho fugia, as unhas todas roia.
Dor inexplicável, coisa de novela Culpa e remorso maior que aquela Enorme e temida lua amarela Era sim penúria todinha dela: Senhora mãe que pariu a fera
Acendia a vela e começava a reza De joelhos ficava e fazia promessa Mas não há santo que faça desfazer a desgraça
“Segura na mão de deus, segura na mão de deus, segura na mão de deus e vai!”
Lá vinha ele na praça Fazendo correr até vento e fumaça
Pela rua vagava e terror espalhava As luzes dos postes ia lá e apagava E quem por todos chorava era a mãe desolada Na parede do quarto seu retrato olhava Que destino infeliz seu rebento levara
Antes queria que fosse sua essa sina Que fosse dela a má-sorte dessa feitiçaria E assim sairia com os cachorros da vila Latindo e uivando pra lua e pra vida Saberia ela então que se divertiria Enquanto seu filho em casa dormia.