Raul Torres e Florêncio

Mula Báia

Raul Torres e Florêncio


Fazenda Belo Horizonte
Uma tropa ali chegô
Que vinha do Indaiá
Ali a tropa posô
Nego Plácido viu a tropa
Da mula báia gostô
Criola de João Jungueira
Fechô negócio e comprô

E foi nessa hora mesmo
Nego Plácido falô
Pregue o selo no recibo
O dinheiro ele puxô
Botou a besta no pasto
Ele mesmo que amansô
E no fim de quinze dia
Na cidade ele passô

Levô a besta na cidade
Foi ferrá lá no ferreiro
Lá na cidade de Franca
O povo ficô banzeiro
De ver a marcha da besta
Pisando muito ligeiro
Batia a ferrage nas pedra
Parecia fogo de isqueiro

No lugar que ele passava
Causava admiração
Nego Plácido montado
Parecia o Napoleão
No pescoço um lenço branco
Bombacha de gorgorão
Era de marcha troteada
Ferradura de rampão

Lá na cidade de Franca
Ele é um grande fazendeiro
Tem fazenda com invernada
Ele é um grande boiadeiro
No estado de Goiás
No Triângulo Mineiro
Pra comprá três mir cabeça
Ele tem muito dinheiro

Na barranca do rio Grande
Uma boiada chegô
Tinha quase mir cabeça
Nego Plácido comprô
No fazer a travessia
A correnteza levô
No meio daquele rio
A boiada esparramô

O nego vendo o perigo
Com a mula baia gritô
Atirô a báia na água
E o laço na mão levô
Mesmo no meio do rio
Muitos boi ele laçô
No lombo da mula báia
Sua boiada ele sarvô

Compositor: Raul Montes Torres (Raul Torres)
ECAD: Obra #3501571 Fonograma #49633

Letra enviada por Pedro Paulo Mariano

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