Raul Torres e Florêncio

Gaúcho Velho

Raul Torres e Florêncio

Raízes da Música Sertaneja


(“Enquanto ferve a água para um mate amargo
Eu gostaria, gaúcho velho
Que tu me contasse alguma coisa da tua mocidade
Lembra-te, amigo? Recordar é viver”)

Já fui gaúcho valente
No tempo que eu era moço
Minha bombacha de seda
O meu lenço no pescoço

Minha faca charqueadeira
Garrucha de chumbo grosso
Nas festas onde eu chegava, Sá dona!
Eu fazia grande arvoroço

(“Ah, ah, ah, ah!
É verdade gaúcho velho?
Quando tu entrava no salão de dança
Toda a moçada parava pra te ver bailar? ”)

Pra dançar valsa rodada
Eu sempre fui o primeiro
Dançava com elegância
Deixando o povo banzeiro

As mocinhas suspirava
Ficavam num desespero
Por ver o jeito elegante, Sá dona!
Deste gaúcho pampeiro

(“É! e o que se passou contigo, gaúcho velho
Naquela tua ida a Passo Fundo? ”)

Numa festa em Passo Fundo
Formei um grande salseiro
Briguei com quatro paulista
Dois baiano e dois mineiro

Arranquei meu garruchão
Foi aquele fumaceiro
E quando acabou a fumaça, Sá dona!
Eu tava só no terreiro

(“A tua história é longa, meu amigo
Dentro do teu peito existe um coração
E esse coração não envelhece”)

Agora que já estou velho
Tenho a pele encarquilhada
Me alembro daqueles tempo
Que eu nunca enjeitei parada

Minha faca e a garrucha
Eu tenho as duas guardada
Saudade daqueles tempo, Sá dona!
No meu peito fez morada

(Pedro Paulo Mariano - Santa Maria da Serra-SP)

Composição: Raul Torres

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