Raimundo Ramos

Modernismo

Raimundo Ramos


Não existe moça feia
Todas são puras e belas
A questão é um jeitinho
Que jamais faltou à elas

E, além disso, elas
Têm nankim
Têm zarcão
Têm carmim e algodão
Têm mil prendas
Fingimentos
Da beleza monumentos!

Moça de corpo mal feito
Não existe atualmente!
Graças aos quartos supostos
Que dão forma tão decente

E elas inda são mais lindas porque
Têm nankim
Têm zarcão
Têm carmim e algodão
Têm mil prendas
Fingimentos
Da beleza monumentos!

E as moças de pernas finas
Morreram o sec'lo passado
Hoje todas tem-não'as grossas
E o pezinho delicado

Além disso elas
Têm nankim
Têm zarcão
Têm carmim e algodão
Têm mil prendas
Fingimentos
Da beleza monumentos!

As de olhos feios, petiscos
Encontraram salvação
Usam pence-nez escuro
Que lhes dá muita expressão!

Mais bonitas são, porque
Têm nankim
Têm zarcão
Têm carmim e algodão
Têm mil prendas
Fingimentos
Da beleza monumentos!

Não se vê moça banguela
Qu'era falta extraordinária
Esse defeito sumiu-se
Por graças da arte dentária!

Para o mais, elas
Têm nankim
Têm zarcão
Têm carmim e algodão
Têm mil prendas
Fingimentos
Da beleza monumentos!

Aos domingos na avenida
São lindas de arrebatar
Porém na segunda-feira
Ficam feias de espantar

Creio que é porque elas em casa tiram
O nankim
O zarcão
O carmim
O algodão
E as mil prendas
Fingimentos
Da beleza
Monumentos!

Composição: Raimundo Ramos Filho (Ramos Cotoco)

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