Já tenho a alma incinerada p’lo medo Já tenho o espírito meio globalizado E há tanta coisa complicada combinada em segredo Que a gente quer-se virar e não sabe p’ra que lado
Dizem que o mundo anda doido Mais doido anda quem o faz Diz que disse mas não disse E anda tudo ao abandono Quem não acreditar é só espreitar P’lo buraco da camada do ozono
Não dêem cabo do mundo ainda cá temos muito a fazer Não dêem cabo do mundo se não como é que se há-de cá viver
É só atritos e detritos na alma Terra quente, guerra fria, ambiente em cuidados São marcadas as cimeiras da calma Cessar fogo, fogo posto, mil acordos falhados
Quem te manda sapateiro tocar tão mal rabecão Hemisférios divididos, não se apaga o lume És igual ou diferente, és mouro ou cristão Tio Sam, então... salamalecum Não dêem cabo do mundo...
E as ribeiras a correrem aflitas São descargas e descargas e ninguém faz caso Frases feitas e desfeitas, muitas coisas ditas E se algumas foram escritas foi só por acaso
Cada um faz o que quer e ninguém faz o que devia Mina anti-pessoal, fome triste sina A ajuda humanitária chega qualquer dia Foi comprada em Israel, vendida na Palestina.